A alimentação em idade escolar
E já que estamos a começar um novo ano, vamos começar bem não acham?
A alimentação é, e acho que não restam dúvidas, a base da construção, crescimento e manutenção do organismo.
Comer é essencial à vida. Se comemos mal, funcionamos mal. É na infância que se dá a aquisição e consolidação
de hábitos alimentares. Aquilo que as crianças comem durante o seu crescimento e a maturação biológica, assume
uma enorme importância para a sua saúde e bem-estar, bem como para os adultos que eles virão a ser. Durante a
infância, a alimentação equilibrada potencia a capacidade para estudar e aprender, comunicar, pensar e imaginar,
ou seja, tem uma influência positiva no desenvolvimento emocional, intelectual e social. Fisicamente, aumenta a
capacidade de defesa contra as doenças, promove um crescimento saudável, dá energia e dinamismo físico.
A responsabilidade na educação alimentar é dos pais, dos familiares e da escola...afinal são estes são os modelos
diários, que acabam por ser seguidos, imitados e incutidos. Deixemo-nos de comodismos e facilitismos! Há muito
trabalho a fazer!
Deixo-vos aqui as dicas fundamentais que devem seguir...
• A roda dos alimentos, 100% criação portuguesa, é um guia óptimo para indicar o caminho certo! Sigam a
roda dos alimentos!
• Todas as refeições têm a sua importância ao longo do dia, mas o pequeno-almoço é uma refeição
imprescindível, particularmente em idade escolar, para ajudar na concentração, na promoção de um
comportamento tranquilo e na melhoria de variáveis psicomotoras, nomeadamente ao nível do movimento
e precisão de gestos. A omissão desta refeição pode estar relacionada com a diminuição da capacidade
intelectual, qualidade geral do trabalho, sonolência e fadiga. Não tomar o pequeno-almoço também
implica uma menor ingestão de vitaminas e minerais e consequentemente uma maior ingestão de gorduras
saturadas, e está relacionado com o aparecimento de cáries dentárias, problemas intestinais e os problemas
de sono. O pequeno-almoço deve ser composto por leite ou um substituto deste, fruta e pão ou cereais.
• De uma forma geral, a alimentação diária deve incluir cereais e derivados, leite ou substitutos deste,
produtos hortícolas e sopa de legumes (ao almoço e ao jantar), mais peixe do que carne, e 3 a 5 peças de
fruta.
• As horas de refeição devem ser momentos de partilha e de convívio! Conversar e saborear, sentados à mesa,
sem pressas! Mas é importante que estabelecer regras e horários.
• Coma e incentive o consumo de sopa em casa. Na escola deverão ser as auxiliares, professores ou dietistas
de serviço a fazer essa sensibilização na hora da refeição.
• Nunca use a comida como prémio: “se te portares bem, dou-te um doce!”
• As crianças devem ser incluídas aos processos de manipulação e confecção dos alimentos, ou seja... devem
pôr a mão na massa! Partilhe os cozinhados com o seu filho sempre que for possível!
• A ingestão de doces e comida “fast- food” deve ser esporádica. São prejudiciais se consumidos
frequentemente...se gosta do seu filho, não abuse nem o deixe abusar destes alimentos!
• Planeie, antecipadamente, com o seu filho o lanche a levar para a escola. Este deve ser composto por
iogurtes, leite, sumos de fruta pontualmente, fruta, pão com compota, queijo, fiambre, queijo fundido,
etc. Não inclua bolachas com creme, batatas fritas, refrigerantes, bolos, chocolates, croissants entre outros
alimentos pouco saudáveis no lanche do seu filho.
• A água está no centro da roda dos alimentos! É vital! Habitue os filhotes a levar sempre uma água na
mochila!
• Normalmente as crianças rejeitam alimentos que desconhecem. A introdução de alimentos novos deve ser
feita calma e gradualmente; Nunca desista e dê o exemplo!
• As crianças devem aprender a desfrutar da actividade física, devem aprender, antes de mais, a brincar!
Reduza o tempo “não-activo” dispendido com a televisão e jogos de computador.
Nunca é demais lembrar que a obesidade é uma doença e atinge cada vez mais a população infantil. Uma criança
obesa ou com uma alimentação errada, será certamente um adolescente e adulto com problemas de saúde. No
futuro terá mais probabilidades de sofrer de patologias cardiovasculares, diabetes tipo II, colesterol elevado e
hipertensão, sem esquecer os distúrbios da personalidade, decorrentes do estigma de ser gordo.
Então...vamos a isto?