16.07.12
Ser... avó!
Barriga Mendinha
Ser Avó é mesmo ser Avó e não “Mãe Duas Vezes”. Nada disso. Mãe só se é uma vez, para cada Filho/a. Que é Único, uma Obra-prima que veio de dentro de nós. Sempre atentos a qualquer sinal da cria, somos, em suma, os Guardiães da sua Felicidade. E quando esta falha sofremos de morrer, só de vê-los sofrer...
Ser Avó é olhar com orgulho para um “produto” maravilhoso dos nossos Filhos. Para o Filho dos nossos Filhos! Olhar com calma e em êxtase para os olhos, tão bem delineados e para aquelas rugazinhas tão expressivas, para as mãos, as unhas minúsculas… À espera que, apesar não nos terem acompanhado 9 meses no ventre, nos reconheçam como sua pertença, seu porto de abrigo, sua Família, enfim! E insistimos no ensinamento de palavras novas, com o VóVó misturado, como que da repetição, mais rapidamente consigamos ouvir a magia daquele chamamento.
E esse milagre perante os nossos olhos, a entrar casa dentro, permite-nos acreditar no sentido da Vida, em que nesta fase, eles são a nossa estória de encantar. Nós, que lhes contamos as mesmas de há séculos, mas adaptadas aos dias de hoje, talvez poupando-os aos grandes traumas, como o Bambi a ver a mãe a ser abatida, a avó do Capuchinho Vermelho a ser comida pelo Lobo Mau ou a Cinderela a ser maltratada pelas gananciosas manas e madrasta…
Aquece-nos o coração a pele macia dos nossos meninos/meninas, ver nascer os raciocínios, as perguntas, vê-los brincar e sentirem-se já donos do sítio dos brinquedos, na casa dos Avós. E arrumar depois!
Acredito que podemos com o nosso exemplo e ensinamentos ajudar os nossos Filhos a educar os nossos Netos. Não creio no paradigma de que a educação é para os Pais promoverem e a nós, Avós, cabe dar guloseimas e fazer todas as vontades. Acho mesmo que nos devemos redimir dos erros de excesso de liberdades e de facilidades que tenhamos dado aos pais deles. Mea culpa!
Somos a rede, os pára-quedas. Estamos prontos para os deixar voar, sem os deixar cair, na má-criação, na desarrumação, na falta de respeito. E eles agradecem. Agradecem sobretudo a consistência, a determinação!
E é assim porque tanto os amamos.