"Aprendendo a ser felizes"... mas, isso aprende-se? Dêem-me já a receita certinha e direitinha, que compro ( e e muitos milhões, de certeza) já, já!
Buhhhhh!!! Nã... isso não se aprende, devem estar a pensar, isso é capaz de ser um dos maiores mistérios da humanidade. Por que raio é que alguns têm tudo o que outros ansiam e são tão infelizes, porque é que outro, com tão pouco e em condições extremas conseguem encontrar a felicidade em cada pormenor...
Mas... atenção, há um Mas... se alguma esperança pode existir ainda nesta matéria, talvez comece na infência, talvez os primeiros anos nos moldem, em muitas carateristicas definitivas e nos moldem a forma de estar e de aproveitar a vida ( ou não..) na idade adulta. E é por isso, que para nós, mães e pais com essa consciência, é muitas vezes difícil perceber por que caminho seguir com os miúdos, como ajudá-los a tirar melhor partido das vivências, aceitar quem são, não perdendo a curiosidade e rebeldia próprias da infância... principalmente vivendo numa época com demasiada informação ou mesmo contra informação... ui... às vezes não é tarefa fácil fazer este papel de "mediadores da felicidade"...
Por tudo isto, achei brutal que uma marca de brinquedos, a Imaginarium, decidisse fazer um estudo sobre a felicidade e em como ela é alcançada pelos miúdos Portugueses... Ahhhh.... mas um estudo e tal.... como raio é que um estudo nos vai ajudar? vai vai, pelo menos a mim, abriu-me os olhos 8 e também o coração), surpreendeu-me, emocionou-me, quebrou alguns dogmas... enfim, na manhã que passsei entre jornalistas, bloggeres e especialistas na(s) mátéria(s) ( parentalidade positiva, perdagogia e sim... brinquedos...), muito aprendi e muita matéria levei em mãos para refletir.
Entre os objetivos da Imaginarium está o de ajudar no desenvolvimento dos futuros adultos, e por isso lançou o programa Aprendendo a ser Feliz, com o qual reforça o seu compromisso com os pais e a sociedade. Este programa nasce com o objetivo de fornecer ferramentas e conteúdos úteis que ensinem aos pais a educar na felicidade, e educar em valores através do acto de brincar. O programa irá desenvolver-se ao longo dos próximos dois anos, trabalhando cada um dos eixos da felicidade, oferecendo pautas e sessões de coaching em vários pontos de Portugal e conteúdos disponíveis online. Um programa desenvolvido por um grupo de reconhecidos pedagogos, psicólogos e especialistas em parentalidade e educação.
Ora cá vão alguns dados interessantes:
8,8% das crianças portuguesas nem sempre é feliz, oscilando entre a felicidade e a tristeza. Esta é a percentagem de pais que responde que, apesar das facilidades e comodidades ao seu dispor, os seus filhos nem sempre são felizes. Segundo o estudo, a felicidade seria construída a partir das relações sociais e familiares, do tempo que os pais podem passar com os seus filhos, e do tempo passado a brincar e a explorar o mundo através da brincadeira real.
A percentagem de infelicidade aumenta com a idade. De acordo com os seus pais, 15,25% das crianças entre os 7 e os 8 anos nem sempre são felizes, descendo para os 13,29% na faixa etária dos 5-6 anos e fixa-se em apenas 6,4% de crianças infelizes entre os 0 e 2 anos. “A crescente pressão imposta às crianças e jovens, tanto por pais como por professores, onde o desempenho académico, a competição entre pares e a necessidade de alcançar a perfeição em todas as atividades realizadas são uma constante, tem, certamente, um impacte negativo na felicidade das crianças.” explica Rui Lima, professor, pedagogo e membro do Painel de Especialistas da Imaginarium. “Ao brincar, a criança está a conhecer o mundo, mas também a conhecer-se a ela própria. Tem consciência das suas capacidades, mas também das suas limitações. E é a partir da forma como a criança gere estas duas realidades (o que consegue e o que não consegue) que vai aprendendo, que se vai desafiando a ela própria, que vai procurando as soluções para os problemas que enfrenta.” conclui Rui Lima.
Tudo isto justifica a preocupação dos pais portugueses com o futura da felicidade dos seus filhos. Neste sentido, para 80,4% dos inquiridos esta é uma das suas principais preocupações.
E de que maneira contribuem os pais para a construção dessa felicidade? Para 45,9% dos pais, o mais importante é que os seus filhos se desenvolvam num ambiente familiar e escolar onde se sintam valorizados e queridos. 34% dos pais acredita que passar mais tempo com os seus filhos é um contributo importante para a sua felicidade, e 17% afirma que os seus filhos serão mais felizes se puderem explorar o mundo real através da brincadeira.
“A plasticidade cerebral de uma criança é gigantesca até aos 6 anos” explica Magda Dias, coach e membro do Painel de Especialistas da imaginarium “É fundamental que estejamos extremamente atentos à felicidade das crianças e que as ajudemos a encontrar o seu papel dentro da família através da brincadeira”.
Apenas 0,44% dos pais identifica os jogos com ecrãs (tablets, smartphones, etc) como uma das chaves para a felicidade das crianças, um dado que se vê reforçado pelos 19% que os identifica como o tipo de brinquedo de que as crianças mais gostam.
Segundo os pais, a principal causa da infelicidade nas crianças é não poder passar tempo suficiente em família (26,38%), não ter tempo para brincar (21,37%) ou ficar de castigo (16,45%). Na faixa etária dos 7 aos 8 anos, o facto de não terem tempo suficiente para brincar é motivo de infelicidade para 38% das crianças.
“Queixamo-nos da falta de tempo. Na relação entre pais e filhos, há dez minutos que podem ser preciosos. A felicidade que queremos com os nossos filhos está nessa atenção. Em vez de estar sempre a reagir, temos de aprender a agir”, comenta Rita Ferro Alvim, autora e membro do Painel de Especialistas da Imaginarium.
A maioria das crianças portuguesas é feliz, segundo o estudo, mas apenas 22% é plenamente consciente dessa felicidade e capaz de expressá-la. 60,4% dos pais acredita que os seus filhos são conscientes da felicidade, mas têm problemas em manifestá-lo. Para 6,4% dos pais, os seus filhos não são conscientes da sua felicidade nem o manifestam.
Dentro dos tipos de brinquedos que mais criam felicidade nas crianças, as bicicletas e veículos de rodas surgem à cabeça, seguidos dos brinquedos relacionados com a música, a arte e os trabalhos manuais (35,7%) e dos jogos de construção e de lógica (30,87%). Quando questionados sobre qual o seu maior contributo para a felicidade dos seus filhos, 33% dos pais respondem que é “fazendo os seus filhos sentirem-se ouvidos e queridos”, seguido de 28% dos pais acredita que passar mais tempo com os seus
filhos é o principal contributo, e 14% que defende que o fundamental é reforçar a autoestima da criança “elogiando-o e incentivando-o quando faz as coisas bem”.