Gosto de tratar de mim. Da minha alma, do meu corpo, da minha mente. Gosto de ser forte, para não deixar "que a ruindade entre", mesmo quando mesmo aqui ao lado. Gosto de conseguir gostar de mim (qualidades e defeitos incluídos) mesmo com altos e baixos. E apesar de ser a principal luta diária é a que mais me engrandece.
Gosto de ser respeitada. Para conseguir respeitar.
Gosto de escrever. No computador, se for depressa e quase sem olhar para as teclas. À mão, se o fizer em letras redondas, maiúsculas e gordas . Gosto ainda mais, que me leiam...
Gosto de receber e procurar todas as coisas fantásticas do mundo através da Internet, numa abertura ao Universo que pode ser tão maravilhosa como assustadora. Gosto de atualizar o meu blog e "tocar" os/as meus/minhas seguidores/as. Sentada no conforto da minha casa e rodeada de almofadas.Dos meus gatos em silêncio. E dos meus filhos em barafunda.
Gosto de ser Mãe e de saber que a educação, pedagogia, bases que oferecer aos meus filhos, podem moldar os cidadãos do futuro, que tanto gostava que fossem. Gosto quem mos "deixem" educá-los à minha maneira e especialmente fazer disso uma questão e não um "deixar andar".
Gosto da chegada da Primavera. Faz me sentir que é bem melhor centrar-me no céu azul do que no peso das núveis. São os primeiros raios de sol e as noites mais quentes a deixar a janela aberta. A brisa morna que brinca no cabelo, a cervejinha gelada a correr pela garganta, os dias maiores, a libido a fazer das suas… ( mas atenção que cada vez consigo mais ver o encanto de todas as estações..)
Gosto de sonhar a dormir ou acordada. Só coisas boas. Não gosto de pesadelos nem de insónias ( uiii, o que tento fugir delas....). Gosto de dormir a sesta com os estores semi-abertos.
Gosto de Arte. De artistas. De ideias e abordagens originais e diferentes, de nichos culturais e de mercado. Não gosto de plágios, de “carneirada”, de conceitos massificados e pouco criativos.
Gosto de falar. E de fazer tertulias. descobrir pessoas em conversas, despertar risos, encontrar numa pessoa uma empatia tão grande que me apeteça estar horas a olhar para o outro e a falar de trivialidades, coisas sérias, partilhar sonhos, medos ou desejos. Não gosto quando já não há mais nada a dizer.
Gosto de cor, especialmente de verde. Mas também das outras quando bem aplicadas e absorvidas. Gosto de saber sobre Feng-Shui e de tentar entender a energia da Natureza. Gosto do barulho que o vento faz ao bater nos meus caracóis. Gosto dos meus caracóis ( e de saber que ainda os tenho, mesmo quando estão esticados. São parte da minha essência).
Gosto de me desafiar a mim própria e gosto de levar avante projectos complicados desde que acredite neles. Gosto de me extenuar por propósitos e chegar a casa cansada. Gosto de descansar estendida no chão da sala.
Gosto de me ir alimentando bem mas saber que ao fazer uma "asneira" não vai "o gato às filhozes"... Gosto de ir ao meu ginásio 3 vezes por semana e saber que os progressos que vou fazendo são uma espécie de "vício bom" (quanto mais vais, mais queres ir). Gosto das minhas tentativas matinais de meditação que cada vez são já mais do que tentativas.
Não gosto de andar de avião apesar de ser uma “cabeça no ar”... gosto, no entanto de lá estar, nos outros destinos, ando ansiosa pelo próximo. Gosto de conduzir. Especialmente sozinha e com banda sonora a acompanhar. Gosto de pôr música e ver que as minhas escolhas põem os outros felizes. Gosto de ver sorrisos. E gosto de ver lágrimas. No fundo, gosto de sentimentos. Não gosto de frieza e de egoísmo. Afetam-me profundamente. O "nada" é muito pior que o "tudo".
Gosto muito de calma, da minha calma, apesar de saber que aparento o oposto. Preciso viver tranquila e sem medos, que fazem de mim uma outra pessoa, uma pessoa que não gosto. Fico doente com gente que grita a toda a hora, que vive de mal com tudo, que incita um ambiente de terror nem que seja "de brincadeira". O estériotipo do condutor que berra e ofende todos no transito, sabem quem é?
Gosto de cozinhar e de criar novas receitas. Vegan. Macrobiótica. Funcional. Saber que a comida pode fazer bem ou fazer mal e tentar fazer as escolhas corretas, mesmo sabendo que nem sempre é fácil. E que desafio fantástico, esta descoberta, este ato de paixão. Gosto até mais de cozinhar do que de comer... e gosto que os outros gostem, fico tão triste quando o Amor que deposito na comida é deixado de lado...
Gosto de receber gente em casa. Adoro ser boa anfitriã, agradar os que se deixam agradar. Não gosto que fumem em minha casa, que espezinhem as migalhas que vão deixando, nem que queiram "mandar" na minha cozinha.
Gosto de ser uma "desarrumada-arrumada". Nunca fui uma "fada do lar", mas dou conta de tudo, sei sempre onde está tudo, organizo tudo (à minha maneira) para a família e vida do dia a dia. Aprendi, que sou o que tenho de ser e que uma casa com vida não pode ser uma casa imaculada. Gosto mesmo de me aceitar, sabendo que faço o melhor e que o melhor é o que faço pela organização da minha vida. E no fundo, uma das coisas que mais me orgulha é conseguir fazer tanto. Se não de forma perfeita, de forma séria e independente.
Gosto de aprender. Todos os dias aprendo sobre mim, sobre o mundo, sobre os outros, sobre como contirnar questões, sobre como ser grata à vida. Não gosto de lições de moral e principalmente de falsos moralistas. Cada qual sabe de si. Cada qual se deve centrar em melhorar os seus erros e não embicar nos dos outros.
Gosto que me dêem plantas. Não gosto de receber ramos de flores. Enquanto as primeiras estão vivas, as segundas estão já mortas e é só uma questão de tempo até que elas murchem em tua casa. E gosto, que as pessoas que me conhecem saibam isso. Há anos e anos que o digo e que o escrevo.
Gosto de estilo. Gosto de inventar estilos. Estou cansada de ouvir: "... tipo, o quê?...".. Tipo nada minha gente, ser criativo é criar, não copiar pá!
Não gosto de demagogia e falsa humildade. Gosto da humildade verdadeira. Tão raro de encontrar meus senhores e minhas senhoras....
Gosto da cultura urbana. Do Bairro Alto. Do Chiado. Das Sete Colinas. Da beira rio. De Lisboa, do Porto. Quanto mais viajo, mais gisto de Portugal. Dos bares, esplanadas, dos museus e lojas dos circuitos alternativos (apesar de cada vez menos ter tempo para eles.) Gosto de experimentar diversos tipos "gentes".
Gosto do campo. Do mar. “Entre o verde e o azul” (o meu sonho de sempre, que com tão poucos compartilhei ou sabem o que quer dizer... um sonho que ainda vive aqui, nos confins dos meus pensamentos) Sea chic, hippie bohemien, sunset parties, deep house, soulfoul e jazzy groves banhado a 2 ou 3 copos de vinho tinto. Infelizmente gosto de açúcar e não gosto nada que ele não faça bem...
Gosto de Amar. Mesmo que a rotina quase se instale e o tente transformar noutras coisas. Preciso de uma certa pureza nesse sentir. Gosto de mimo. De dar e receber. Acho que a reciprocidade é lei. Não gosto de superficialidade nem de brutidão, apesar de ter que a suportar, porque a vida assim me obriga a fazê-lo.
Gosto que puxem pelo melhor de mim. Gosto que aceitem o pior e o entendam, da mesma forma que eu tento entender sempre os "porquês" do outro lado.
Gosto de justiça. Exijo-a. Afinal, sou do signo Balança e a injustiça tira-me do sério ( mesmo que "engula" a revolta, não deixo de sentir a dor atroz que me inflinge.
Gosto de dançar de olhos fechados. Gosto de ouvir música com os phones para me sentir mais envolvida, talvez por ossos do ofício mas também para não ter que sentir os olhares ou saber opiniões alheias, unicamente o ritmo que me invade. Eu gosto e isso chega.
Gosto de partilhar. Preciso da família e dos amigos, apesar de não sermos tão proximos como eu gostava. Não gosto da solidão, é o que é, se bem que partilhar com os meus próprios botões também me é cada vez mais querido.
Gosto de acreditar poder fazer a diferença e não gosto de “velhos do Restelo”. Quem te desmotiva, só porque sim, é gente frustrada e vazia, que te deseja passar rasteiras para sobressair, after all.
Gosto de saber que a nível moral, tenho feito sempre as escolhas certas na minha vida e que apesar, de provavelmente isso não me tenha deixado "chegar tão longe" como podia ter chegado...adormeço todos os dias de consciência tranquila. Gosto de olhar para trás e perceber que muitas vezes, passei por "entre as gotas da chuva" e graças a Deus, me mantenho a seco.
Gosto de chorar, tanto como gosto de rir. Gosto de gostar e gosto de o fazer com intensidade. Não gosto de ter que pensar muito no que não gosto. Se não o fizer, acho que serei mais feliz. Acho mesmo, que este é cada vez mais o meu lema de vida. Não é alienação, é sobrevivência.