Quantas vezes amo este blog como se fosse meu filho.
Mas quantas vezes, o chego a odiar, como a um bastardo mal educado.
Quando?
Quando não há tempo para nada e sinto que me prende... quando não encontro feed back do outro lado depois de tanto esforço, quando não consigo chegar onde e a quem quero, quando os outros afazeres são tantos que não me dedico aos conteúdos como acho que vocês merecem e a minha criatividade o exige, quando no meio da minha azáfama do dia a dia, existe ainda a pressão de ter que vir colocar um post, quando sinto que virou um vício em como todos os vícios... é ambiguo. Acreditem que muitas vezes não é facil gerir tudo isto...
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Escrever faz parte de mim. Mas não é de agora, este blog só tornou essa necessidade diária e mais oficial... ou antes, talvez só a tenha tornado público e de acesso aberto a mais gente, porque, pensando bem, tempos houve, em que a maior disponibilidade e a ânsia artistica própria dos meus ainda sonhadores e sequiosos 20 e poucos anos me "obrigavam" a despejar letras e textos e pensamentos todos os santos dias. Foram cadernos e cadernos (antes da época dos computadores) e depois... pastas e pastas de word ;) Ah sim, e antes da maternidade e antes, claro da febre dos bloques, já eu os tinha descoberto e já há uns bons anos tratava a blogosfera por tu ( blogs como o Exatamendes ou o As lágrimas são o supremo sorriso exorcizaram muitas das minhas versões apaixonada, desencantada, intensa, à descoberta da vida...).
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Sei que sou polivalente, às vezes até por demais. Aos olhos dos outros e até aos meus. Uns dias por gosto, outros por obrigação. A vida é tão curta e gosto de tanta coisa, mas mais que isso ( e vou-o sentindo a cada dia que a idade e as responsabilidades carregam um pouco mais...)... quem não tem ordenados fixos como eu... sim... tem que se fazer à estrada, criar caminhos... e dinheiro... Se hoje o blog não vai dar o suficiente, tenho que marcar mais gigs (ou... espetáculos como dj, para quem não conhece a gíria), se não os há em número que chegue, tenho que decidir produzir um evento e partir à procura de patrocinadores e marcas, se o mercado está saturado esse mês e os budgets estão todos alocados, há que... sei lá... há que procurar escrever uma crónica, criar uma feira ou negócio, entrar numa série, correr atrás de algo como comunicadora, aceitar um cargo como relações públicas, entrar num programa de tv para "encher chouriços" (sim, que projetos à séria não têm havido, infelizmente para mim, já que esse é o veiculo por excelência...)
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Hoje, como em tantos outros dias estou cansada disto. Não ter rotinas, não saber como é o dia de amanhã... Sim é bom quando se é miudo, mas não ter certezas de nada também não dá pá... já chegava disso não Universo??
Não me encaixo onde alguns apontam, no rol de "famosos flash" que fazem de tudo um pouco e quem não sabem quem são ou para onde vão. Eu sei bem. Só não sei como, porque... olha porque acho que o destino facilita a uns, dificulta a outros... e só assim chegamos à aprendizagem necessária ( grrr... isto são as coisas que digo a mim mesma para me convencer que vale a pena tanto esforço..).
Não fui eu que corri atrás desta vida. Foi ela que se agarrou a mim. Tinha eu 18 anos quanfo fiz o meu primeiro programa de tv. E mesmo assim... no meio da confusão ainda consegui tirar um curso. Nada mau, hammm??... Fiz o "Templo dos Jogos", o "Portugal Radical" e... pifftttt... decidi desistir... dizia eu, do alto dos meus 21 anos: "esta vida não é a que quero, o que eu quero é escrever".. e vai daí que estive dois anos a trabalhar como repórter e jornalista na revista XIS que era uma maravilha de conceito (primeiro no Correio da Manhã, depois no Público) e acreditem ou não... ganhando pouco e sabendo que o caminho a percorrer seria ainda imenso... foi das épocas profissionais da minha vida em que me senti mais realizada...
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Vai daí.. que um dia... um senhor chamado Rui Unas... me ligou e disse: " Olha lá miúda, nós não nos conhecemos mas... vou fazer um programa chamado Curto Circuto.. e acho que tu és a cara do projeto"... Como dizer que não a isto?? E lá fui eu.. e lá recomecei eu a vida airada ( olhem lá a foto.. era uma pitinha de 22 anos ). Até hoje... lol
Gostava de poder tratar deste blog com mais Amor, com mais tempo de pesquisa, com mais horas de verdadeira dedicação. Sinto-me culpada por, às veszes, sentir que me foge das mãos... mas que fazer? Um dia que possa viver de fazer conteúdos, de escrever, de criar... ui... aí serei tão feliz! Mas, acho, que tendo em conta, as condicionantes do país em que vivemos talvez seja pedir demais... A verdade é que tenho tantas e tantas ideias que não consigo, por falta de tempo (por me ter que dedicar a outras coisas), por em prática...
Mesmo sem pedir o que quer que seja, hoje apeteceu-me começar a semana com este desabafo. Depois de levar os meus filhos à escola e ter iniciado o dia com um birra daquelas das senhora Matilde Estrela ( é outra temática que ainda não consegui abordar convenientemente aqui... o fato dela ser uma menina muito mais difícil do que alguma vez foi o mano e a forma como estou a lidar com isso...)... sentei-me e imaginei a minha vida perfeita. Dizem que ao imaginar os pormenores, tim tim por tim tim, estamos a atrair a nós o que desejamos. E eu muitas vezes faço isso. Imagino o ambiente, o sentimento de realização, a luz, o tempo calmo, a inspiração, os projetos, a decoração, a ausênicia de stress e "tic tacs" nervosos do relógio de um dia de 12 horas que passa sem folêgo a correr...e sonhei...
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Sonhei, aqui sentadinha na mesa do café, no dia em que a escrita, a descoberta das pessoas e de mim mesma, através dela e dos instrumentos criativos que a fazem mais rica (imagem, fotografia, vídeo) e do contar de histórias e experiências será o meu principal ganha pão e atividade. isso... e os meus filhos, claro. Eles precisam de uma mãe, descontraída, feliz, realizada e estável. Para que assim o sejam também.
E pronto era isto. Agora... acabou o timming da escrita, que hoje até foi grande. Sigo para reuniões, bancos, estúdio de dj...ah... e hoje ainda para a lida da casa, que a minha Dona Fátima está de férias há 3 semanas e tenho a casa que parece que lá passou um tufão!
Beijo e até jáaaaa.... Ah... e ai de vocês que digam que este texto tem aqui ou ali um erro de género ou de letras repetidas ou tal e tal... não tenho (ainda!! ...) uma equipa a trabalhar comigo e a rever os textos (ando a batalhar para um dia destes conseguir pagar aí um ordenadito, mas ainda não tá fácil...- sim... a maioria do blogs de sucesso têm-na sabiam?), e escrevi ao correr da pena - ou da tecla lol- que já estou hiper atrasada.
A semana começa e é mais uma oportunidade de lançar adubo à terra. Mais uma oportunidade de alimentar os sonhos, nem que seja a colocá-los em palavras.. para ver o que acontece ;)
Love u, seguidores/as. Daqui do meu cantinho... até ao fim do mundo. Juntos por essas estradas que vamos percorrendo. Eu... e vocês.
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